segunda-feira, 24 de novembro de 2008

A triste partida

A morte de um peixe é sempre um momento triste. Além do lado emocional, a presença de um animal morto dentro do aquário é motivo de preocupação, pois causará um aumento do nível de amônia, podendo ser bem prejudicial aos peixes.

Contudo, em aquários densamente plantados e com a biologia bem estabilizada, alguns fatores podem minimizar o problema da decomposição.

A presença de zooplâncton é um deles. A ocorrência de Cyclops sp. e Ostracodas é considerada saudável em aquários plantados, pois estes bichinhos podem se alimentar de cadáveres, sendo úteis na limpeza e evitando o apodrecimento, como podemos observar na foto abaixo.



A foto tem essa moldura porque usei uma lupa de campo como lente close-up. Quem não tem cão...caça com gato!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Fantasma Amarelo

Esse é um camarão-fantasma (Macrobrachium sp.) um pouco diferente dos outros. Nasceu no aqua de 100L, assim como muitos, no entanto, desde jovem apresenta coloração amarelo-ouro. Imagino que seja um macho, pois nunca o vi com ovos nos pleópodes.



Apesar de acreditar que ele é reprodutivamente viável, não observei até agora mais nenhum camarão com essa coloração. Levando-se em conta que os demais habitantes desse aqua são dois acarás-disco, sou levado a pensar que os juvenis com essa coloração sejam presa mais fácil para eles.

Ainda espero o momento em que surgirão mais amarelinhos. Quem sabe não é possível desenvolver uma variedade "gold" pra eles?

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Aplocheilus lineatus "gold"

Killifish de fácil manutenção e reprodução.
É uma das raras espécies que se pode encontrar à venda em lojas. Não apresenta coloração tão exuberante quanto outros killis, mas esta variedade apresenta um dourado intenso, com iridescências verdes e a orla da nadadeira caudal avermelhada. O dimorfismo sexual é sutil: as fêmeas possuem coloração menos intensa que o macho, e este possui raios alongados nas nadadeiras pélvicas.
De Terra das Águas

São peixes com um ótimo apetite, aceitando muito bem ração granulada ou em flocos. Comem com voracidade e gostam de se alimentar na superfície. Sua boca é bem grande e direcionada para cima. É comum observá-los parados bem próximos à superfície, e imagino que devam predar insetos que vivem na lâmina d'água. Como são bons comedores, também são bons "cagadores", de modo que pequenas trocas de água frequentemente são recomendáveis para manter a amônia baixa.
De Terra das Águas

Desovam em mops de lã acrílica, e os ovos devem ser incubados na água mesmo. Por enquanto, os meus ainda não desovaram. Estou preferindo manter o casal separado por duas semanas e junto por uma, para evitar agressões.
De Terra das Águas

domingo, 8 de junho de 2008

Prévias



Só umas prévias. Logo teremos mais sobre esse aqua de 60L...

domingo, 27 de abril de 2008

Peixe-lagartixa??

Os leitores deste blog acompanharam a saga da coleta dos Kryptolebias caudomarginatus num mangue do RJ.

Um fato curioso sobre estes peixes é o ambiente em que vivem. Saturado de amônia e por vezes com zero de oxigênio. Como apenas os mais adaptados sobrevivem, estes peixes desenvolveram um hábito curioso:
Saem da água e se grudam em locais úmidos, fazendo um tipo de respiração cutânea.

Aqui em casa estão num aqua cheio de restos de plantas, o que gera altos níveis de amônia e um péssimo cheiro. Ainda assim, ficam muito bem, obrigado.

Hoje, quando fui alimentá-los. me deparei com uma cena, no mínimo, inusitada: uma fêmea estava grudada na tampa do aquário, aderida na parte dorsal, como se estivesse colada no teto do aquário!!

Tive todo o cuidado para fotografá-la sem espantar, mas a bichinha nem se esquentou. Pude levantar a tampa e fotografar sem susto. Já está lá há pelo menos uns 20 minutos, sem se incomodar.

Como história de aquarista é quase história de pescador, mando aqui as fotos, pra que ninguém desconfie!!

terça-feira, 22 de abril de 2008

Nano 25L- Cryptocorynes!!

O advento da internet inaugurou uma nova era no aquarismo carioca.
Depois que instalaram banda larga aqui em casa, minha concepção de aquários com plantas mudou drasticamente. Se antes as Elodeas, Cabombas e Vallisnerias eram as únicas opções no mercado, após a internet começaram a bombar lojas virtuais de plantas das quais nem o nome eu conhecia.

Foi precisamente nesta época que eu, movido pelos fóruns aquarísticos internacionais, descobri o Sr. Takashi Amano e sua empresa, a ADA. Fui apresentado ao conceito do Nature Aquarium, e posso dizer que minha vida mudou.

Assim que pude, juntei uma graninha e montei "meu primeiro aqua plantado". Um tanque de 25L, um filtro externo Boyu, uma calha de 20W com lâmpada aquarelle Phillips e plantinhas simples, nada de carpete por enquanto.

Passou-se um tempo e a primeira montagem se esgotou. Cabombas dominando, amazonenses bloqueando a visão e musgo de java por todo canto. Assim, aproveitando um tronquinho coletado numa viagem a Picinguaba, remontei o "nano".

Hoje, ano e meio depois, a montagem já dá sinais de exaustão: As crypto dominaram, as HC crescem com dificuldade e é quase impossível se ver a fauna. As Anubias e o tronco já estão bem pegados da algas green spots...


Close das Crypto

Deixo-vos aqui com esta montagem, em suas últimas semanas. Quando o aqua de 60L terminar sua ciclagem receberá os moradores desta e refarei todo o layout do meu "primeiro aqua-plantado"

Setup:

25L efetivos
Iluminação: 1 Sylvania Aquastar 18W + compacta 9W
CO2: caseiro
Filtragem: Boyu 250L/H
Substrato Fértil: reciclado
Substrato inerte: Basalto coberto com areia 0,0
Fauna: casal de Apistogramma cacatuoides, 3 Otocinclus sp., 1 Camarão-fantasma
Flora: Hemianthus callitrichoides, Cryptocoryne wendtii, Anubias barteri nana "gold", Vesycularia dubyana.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Wabi-Kusa

Ao pé da letra, esse nome japonês quer dizer "bola de musgo". Atualmente é utilizado para designar montagens que utilizam plantas semi-emersas ou mesmo totalmente emersas, em recipientes baixos com baixa ou nenhuma coluna d'água. Normalmente não abrigam fauna, devido ao pouco espaço disponível.

Montei este Wabi-Kusa ano passado. Em poucos meses fui agraciado pela intensa proliferação da Eleocharis minima e por um crescimento respeitável da Hemianthus callitrichoides. As Glossostigmas crescem mesmo em qualquer lugar, se emersas. Mas nesta montagem me surpreendeu a presença de suas minúsculas mas belíssimas flores.

Na montagem, nenhum segredo: um tiquinho de húmus coberto por um dedo de areia de rio, encimado por uma bola de barro e húmus, envolvida por camadas de Riccia fluitans e Vesycularia dubiana.

O maior cuidado, sem dúvida, teve que ser com a umidade. Como utilizei um recipiente de barro, ele secava quase diariamente. Deixá-lo secar totalmente levaria as plantas à morte em questão de poucas horas.


Normalmente, luz solar indireta já é suficiente para mantê-lo vivo e bonito.Há quem use luz artificial, com ótimos resultados. Devido ao excesso de aquários aqui em casa, prefiro deixá-los próximos à janela mesmo!

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Paludário - "Das Barrancas do Rio Gavião"

Não é a primeira vez que decido montar um paludário. Minha montagem anterior até que deu bastante certo, mas o aqua ficava na cozinha e pegava luz do sol indireta por muitas horas, o que lhe causou um mega surto de algas. Do mesmo modo, a queda dágua que tinha feito respingava no vidro, o que o mantinha quase sempre embaçado, atrapalhando bastante a visão.

Por insatisfação, resolvi mudar o bicho de lugar: trouxe para meu quarto e remontei tudo! Catei uma pedras de rio já com musgo e aproveitei todas as pedras da montagem anterior. O resultado foi um paludário mais equilibrado, totalmente low-tech e bem mais agradável de se olhar.

Optei por esse nome como reação à "tendência" atualmente estabelecida de se nomear montagens com nomes em inglês. Sendo eu um mega fã de Elomar, e tendo ficado a montagem com aspecto de barranca de rio, nada mais justo que dar-lhe o nome de um dos mais famosos e belos discos do Bode-Véi: Das Barrancas do Rio Gavião.

Com apenas uma semana de montagem, fui à coleta anteriormente citada e trouxe alguns Poecilídeos dos mais ruderais possíveis: Poecilia vivipara e Phallopticus januarius. De início, temi que, sendo peixes de água salobra e quase parada, se adaptassem mal à água limpa, doce e corrente do paludário. Qual o quê... Os bichinhos estão como pinto no lixo! Comem de ração a enquitréias, e as fêmeas já estão bem gordinhas, sinalizando uma mais que provável prenhez. Concluo que poecilídeos são peixes bastante inteligentes, pois já me reconhecem e correm para a superfície quando vêem que vou alimentá-los. Isso porque estão comigo há menos de dez dias, e já eram adultos quando os apanhei!

Usei apenas plantas de baixa manutenção: Microsorum pteropus, Riccia fluitans, Anubias barteri "nana", e algumas emersas, como Hydrocotile sp. e Bacopa sp., ambas coletadas no chão de um quiosque de plantas aqui próximo à minha casa. As plantas estão crescendo e enchendo.

Espero poder em breve postar a evolução desta montagem com uma "bombação" de plantas e peixes!

Até a próxima!!

terça-feira, 1 de abril de 2008

Kryptolebias caudomarginatus

É um peixinho de mangue, que vive em água salobra, rasa, com baixa concentração de oxigênio e altos níveis de amônia, nitritos e nitratos.

Ocorre em simpatria com K. ocellatus, que é hermafrodita e autofecundante.

No mesmo biótopo também foram encontrados Poecilia vivipara, Phallopticus januarius e Dormitator latifrons.






O mangue visitado fica em Guaratiba, e é infestado de mosquitos assassinos. A vegetação é dominada por gramíneas, sendo que a mata de galeria é composta proncipalmente por Laguncularia racemosa, com esparsos indivíduos de Rhizophora mangle. Lentilhas dágua cobriam parte da superfície da água.


A profundidade chegou a 1,20m no meio do curso dágua, mas os peixes foram coletados em áreas rasas, com até 30cm.


Os machos são em geral maiores que as fêmeas, apresentando uma orla preta a branca na nadadeira caudal. O corpo apresenta mosaico com reflexos amarelados.

As fêmeas apresentam reflexos amarelos nas nadadeiras e padrão de mosaico menos intenso.

Apresentam, em aquários, comportamento calmo e pacífico, repousando junto à superfície a maior parte do tempo. Têm se alimentado de enquitréias e bloodworms, mas também aceitaram ração Sera. Sua água recebeu algumas colheres de sal grosso.

A postura dos ovos possivelmente será feita em mops de lã acrílica, contudo, é possível que já estejam desovando na vegetação.



A coleta foi realizada com autorização do IBAMA.

domingo, 30 de março de 2008

Ciclando...


Como todo aquário que se preze, este blog também inicia sua vida com a ciclagem de seu sistema. A maturação das colônias de bactérias, a estabilização dos níveis de amônia, nitritos e nitratos, o controle das algas. Tudo isso apenas começa com este post.

As primeiras fotos começarão a aparecer já, com as montagens que já possuo.